quarta-feira, 30 de março de 2011

Segunda-feira

                            Almocinho de segunda-feira preparado por mim

É comum ouvir por ai que todo início tem um final. Que tudo que começa, termina. Para mim é o contrário: todo fim é um começo.

Tenho grande simpatia pelas segundas-feiras. Não só porque em alemão Mondag significa o Dia da Lua [que tanto admiro] mas por representar o começo. Nada mais gostoso que começar uma semana que nunca existiu. Posso até ter a impressão de uma semana repetida devido à rotina do dia-a-dia mas todos meus pensamentos e movimentos nunca foram vividos. Estou começando uma semana que ainda não existiu. Tudo que vem é novo. 

Segunda-feira, posso cruzar com um amigo que não vejo a séculos no horário do almoço e relembrar momentos esquecidos, ou então, conhecer alguém que se fará presente nos anos seguintes. Terça-feira, naquele mesmo sofá, depois de um dia cheio, posso encontrar um programa de televisão que me faca dar umas boas risadas ou ao menos, prender minha atenção por algum tempo. E por aí vai. Quarta feira, um novo prato no jantar, quinta-feira, um avanço na aula de Yoga. Chega então sexta-feira. Oba, o fim de semana. 

É apenas o começo do final de semana. O livro está em branco. O ideal seria encarar toda mudança como o início de um novo ciclo. Transformar as perdas em ganhos e as dificuldades em experiência. Esquecer o velho e abusar da novidade. Começar, recomeçar e começar de novo. 

Como diz Martha Medeiros: O que eu fui ontem e anteontem já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem para agora, hoje é o meu dia, nenhum outro.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Blogando

Falar de sentimento não é fácil. Falar, por si só, já requer uma certa organização e coragem. Sentir é natural, é involuntário. E quando as sensações se transformam em palavras podem se perder, podem se transformar, ou podem se iluminar. Mas passá-las da forma mais compatível é uma arte, ou um dom.

Se as palavras pudessem ser livres como os sentimentos talvez não seria tão difícil. O problema é o medo. Medo de falar e ser mal interpretado, ou pior, medo de falar e ser corretamente interpretado. Medo da transparência completa, por que é aí que nos descobrimos. É aí que nos enfrentamos.

Eu sempre gostei de escrever.  É a minha melhor forma de comunicação, quem me conhece sabe. Mas demorei a conseguir colocar no papel, ou melhor, no blog. Gastei um bom tempo tentando saber qual seria o formato dos meus textos, e pra quem eu ia escrever. Depois de tanto pensar e não chegar a nenhum lugar, resolvi simplesmente escrever. Escrever algo que nunca existiu. Algo fora de forma. Que não se enquadra no que já foi criado.

Cada pessoa é diferente, conseqüentemente seus atos serão.  O certo e o errado estão dentro de mim, e o que já existe me serve mais como inspiração e menos como estrutura. O meu segredo é a liberdade. Só o que é livre é novo, arrisca e se forma. Eu não gosto de paredes.